SATISFAÇÃO CORPORAL: UM PROBLEMA SOCIAL

Durante a adolescência, meninas e meninos são mais dependentes da aceitação e aprovação dos colegas, e uma baixa aceitação pode prever maior insatisfação com a imagem corporal e comportamentos prejudiciais à saúde. A adolescência é um período particularmente crítico para o desenvolvimento de uma imagem corporal negativa. Nesta fase, ocorrem diversas mudanças de ordem física, hormonal, cognitiva e social, modificando a percepção dos adolescentes em relação aos seus corpos. Essas mudanças fazem com que a insatisfação corporal seja bastante presente nesta etapa da vida, principalmente em função dos modelos de corpos impostos pela sociedade (que na maioria das vezes são inatingíveis).

Isso tem feito com que estes adolescentes se esforcem para ganhar aceitação social através da busca pelas imagens idealizadas do corpo, pois deficiência e baixa qualidade no apoio social têm sido associadas com diversos problemas psicossociais dos adolescentes. Estudos têm apontado um aumento dos níveis de insatisfação corporal entre adolescentes de todo o mundo. Entretanto, em muitos desses casos a percepção corporal é negativa, mesmo que o Índice de Massa Corporal (IMC) esteja em um nível considerado normal para aquela idade. O que é bastante preocupante! Sabe por quê? Porque isso indica uma distorção entre os padrões estéticos desejados e os padrões considerados saudáveis, gerando um grande problema social global.

Esses dados vêm indicando que embora a satisfação corporal seja uma medida subjetiva, ela pode ser mais importante no bem-estar psicológico dos jovens do que medidas diretas, como peso e altura, por exemplo. Assim, a insatisfação corporal pode trazer diversos riscos à saúde física, cognitiva e emocional dos adolescentes. Por isso, temos que ficar atentos a qualquer indício de insatisfação corporal na adolescência, pois essa insatisfação pode levar a comportamentos desregulados, como transtornos alimentares e uso de esteroides anabolizantes. Nestes casos, é importante destacar que o acompanhamento por profissionais especializados é fundamental.

Mas, de qualquer forma, é importante que os adultos também tomem alguns cuidados para não intensificarem ainda mais esse sentimento negativo. Assim, listamos algumas dicas que podem auxiliar nessa questão:

✔  Evitem comentários negativos em relação ao corpo, seja ele seu, do adolescentes ou de outras pessoas;

✔ Valorizarem as diferenças corporais;

✔ Estimulem os adolescentes a conhecerem seus corpos;

✔ Cuidado com os estereótipos sociais (valorização de corpos muitas vezes inatingíveis);

✔Elogiem suas crianças e adolescentes, isso faz toda diferença na percepção de autoestima deles!