Por Pedro Kuhnen, 18/04/2022
O tênis é um esporte apaixonante e intenso. Ele exige uma combinação de capacidades técnicas e físicas que precisam ser aperfeiçoadas constantemente. E, em alguns casos, fora das quadras, na chamada “preparação física”. Uma etapa fundamental da periodização esportiva para que o tenista ganhe resistência na quadra.
Para entender isso, é preciso levar em conta que a partida de tênis é o momento em que o jogador utiliza as habilidades que adquiriu durante o treinamento. E que, apesar do esforço, o jogo em si pode não ser a melhor situação para desenvolver o condicionamento.
Exemplo disso é a capacidade de resistência do tenista. Ela é determinante para que o jogador fique menos cansado e possa vencer as partidas. Mas as adaptações fisiológicas e mudanças promovidas no organismo para que isso aconteça exigem exercícios específicos.
Abaixo, você vai entender porque isso acontece e como ficar menos cansado no tênis.
As partidas de tênis podem durar horas. Em 2019, Novak Djokovic precisou de 4h57 para vencer Roger Federer na final de Wimbledon. Nesse longo período, os atletas precisaram manter a prontidão, executaram sprints curtos, mudanças bruscas de direção e golpes com potência.
Sem falar da capacidade de recuperar a energia nos intervalos entre os rallys e os sets de forma eficiente.
Vale ressaltar que Wimbledon também foi palco da partida de tênis mais longa da história. Em 2010, John Isner e Nicolás Mahut disputaram por três dias – com interrupções, claro – num total de 11h05 de partida, em um confronto que terminou com a vitória do americano por 70/68 no último set.
Atletas amadores dificilmente chegarão a disputar partidas tão longas quanto essas. No entanto, para evoluir no esporte, é importante reconhecer as limitações e saber como superar os próprios limites.
Por isso, para que fique menos cansado e se mantenha jogando no melhor nível possível, o ideal é que o tenista domine os 3 principais tipos de resistência:
No tênis, o tipo de resistência predominante é a anaeróbia, pois o jogador tende a executar movimentos de força e potência curtos, com intervalos.
No entanto, mesmo em esportes como o tênis, que utilizam formas de produção de energia que não dependem do oxigênio (vias anaeróbias), o metabolismo aeróbio está presente. De fato, quanto mais longos forem os rallys e as partidas, maior será a contribuição do sistema aeróbio para a produção de energia e manutenção da atividade do tenista.
Os exercícios aeróbios utilizam o oxigênio para metabolizar os carboidratos e as gorduras, e produzir a energia que os músculos consomem durante as contrações. No geral, a corrida, o ciclismo e a natação são citados como exemplos clássicos de exercícios aeróbios.
O treinamento aeróbio pode ser considerado a base sobre a qual o tenista irá executar o seu jogo. A partir de um bom metabolismo aeróbio, o jogador poderá utilizar outras formas de produção de energia (anaeróbias), com esforços de diferentes intensidades e potências.
Pois, por mais que em alguns momentos um tipo de metabolismo energético sobressaia sobre os outros, todos eles atuam em conjunto em maior ou menor proporção.
Para desenvolver a resistência aeróbia, além de uma nutrição adequada, o tenista precisa aperfeiçoar os mecanismos de captação e distribuição de oxigênio no organismo. Dessa forma, os treinos contínuos ou intervalados podem ser uma ótima opção.
Os treinos aeróbios contínuos, como a corrida, provocam reações que levam ao aumento do volume de sangue no corpo. Com isso, o número de células sanguíneas que transportam oxigênio para os músculos também aumenta. E, quanto mais oxigênio disponível, mais energia pode ser produzida e menos cansado o jogador tende a ficar.
Com um maior volume de sangue no organismo, mais sangue o coração precisa bombear. E, para dar conta disso, as fibras do músculo cardíaco sofrem estiramentos e contrações mais intensas.
Assim, após certo período, o treinamento aeróbio provoca o aumento do volume do ventrículo esquerdo do coração, que passa a bombear uma maior quantidade de sangue por minuto e mandar mais oxigênio para o organismo.
Ou seja: é como se o motor que move o jogador ficasse maior e mais resistente. Algo que pode ajudar bastante durante uma partida de tênis.
Além disso, o treinamento aeróbio intenso, especialmente o intervalado, também provoca mudanças nos músculos periféricos envolvidos. Eles passam a captar o oxigênio presente no sangue de forma mais eficiente. Isso acontece, principalmente, devido a adaptação e criação de novos capilares sanguíneos, que aumentam a área de distribuição de oxigênio nos músculos.
Por esses motivos, o treinamento aeróbio pode ser bastante interessante para os jogadores que desejam ficar menos cansados no tênis. Especialmente os amadores e que não praticam nenhum outro tipo de atividade. Ele pode envolver sessões moderadas e intensas, como sequências intervaladas ou contínuas.
A modalidade escolhida para o treino aeróbio pode envolver desde a corrida como o uso de aparelhos que envolvem os membros superiores, como os ergômetros. Converse com o seu profissional de Educação Física e escolha o que melhor se adapta às suas necessidades e preferências.
Quando falamos de resistência anaeróbia, nos referimos à capacidade de realizar esforços curtos, intensos e intervalados pela maior quantidade de tempo possível.
Dentro da rotina dos tenistas, o próprio treino de quadra tende a aperfeiçoar a resistência anaeróbia alática. No entanto, é possível treinar essa capacidade de forma ainda mais específica, para ficar menos cansado durante as partidas.
Uma boa alternativa para isso são os circuitos com sprints curtos, com menos de 10 segundos de duração e na máxima potência. O atleta deve dar o máximo de si a cada esforço e descansar por, no mínimo, 60 segundos. Isso é importante para repor os substratos energéticos de fosfocreatina e realizar novas repetições com qualidade.
Para uma maior transferência do treinamento para as situações vividas em quadra, o circuito pode conter corridas com mudanças de direção e técnicas do tênis. Movimentos mais amplos, que envolvam mais membros e articulações em situação de potência também podem ser utilizados.
O treino de força, como a musculação, pode ser uma ótima alternativa para aperfeiçoar a resistência anaeróbia lática dos tenistas. Para isso, o ideal é que o jogador execute as séries de exercícios entre 40 segundos e 1 minuto de duração, até a falha concêntrica.
Com isso, o tenista tende a acumular uma grande quantidade de metabólitos no sangue e a se sentir bastante cansado. No entanto, esse tipo de treinamento poderá aperfeiçoar sua tolerância à acidose muscular e à sensação de dor e queimação que ela provoca. Além, é claro, dos ganhos de força propriamente ditos.
Para ficar menos cansado e tornar o trabalho ainda mais específico para o tênis, os atletas podem priorizar ainda alguns grupos musculares no trabalho de força, como:
Lembre-se: para segurança e melhores resultados, a preparação física dos tenistas deve ser feita com a supervisão de um profissional de Educação Física
A estrutura das aulas na Escola Guga seguem uma metodologia exclusiva, desenvolvida para, de forma completa, favorecer todos os tipos de resistência citados neste texto como fundamentais aos tenistas. Conheça nossa metodologia e descubra como você pode se desenvolver jogando tênis
Para ficar por dentro das nossas novidades e receber mais materiais completos como esse, siga a Escola Guga no Facebook e no Instagram!
Sobre o autor
Pedro Kuhnen (CREF: 031845-G/SC) é Profissional de Educação Física graduado pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Possui formação em Treinamento Funcional, Pilates e Corrida de Rua. Atua como Personal Trainer e Consultor Esportivo.
Esporte e Educação: Investir na Escola Guga transforma vidas.
Quero ser franqueado
